Dores no ombro sob o olhar osteopático

As cinturas escapulares, ou melhor dizendo, os ombros, são articulações muito particulares do nosso corpo, por terem sofrido uma mudança mecânica importante durante a nossa evolução como humanos. Pensar que essa mudança de função, antes de apoio da região anterior do tronco para a uma ação mais diversa de coordenação motora fina com uma gama enorme de gestos é estática, já passou, é um grande erro e dificulta o seu diagnóstico.
A nossa postura muda sempre, temos a capacidade de modificar nossos gestos para obter maior desempenho com o menor gasto energético possível, está no cerne humano essa economia. Logo os gestos e dinâmicas do ombro (e de todo ocorpo) continuam mudando. Isso fica claro quando pensamos na introdução dos celulares na nossa vida. Antes os fisioterapeutas tratavam dores advindas do mau uso de equipamentos de trabalho, máquinas industriais, eletrodomésticos, equipamentos de comunicação (máquinas datilográficas, computadores, telefones fixos…).
Hoje muitos desses equipamentos e tantos outros estão na palma da mão, a um click, que passamos a fazer o dia inteiro. Os celulares vieram para fazer parte do nosso corpo praticamente, ou enquanto não pusermos um limite nisso.
Tudo isso e muito mais, já é muito falado.
Agora falando da minha área, quando uma pessoa busca ajuda com uma queixa principal de dor no ombro, é preciso entender a dinâmica desse indivíduo e como aconteceu essa dor, muito mais que simplesmente entrar com uma abordagem analgésica ou mesmo de correção da postura.
Avaliar junto com isso as estruturas envolvidas que mesmo à distância possam estar relacionadas, ou mesmo que estejam conjuntamente em desequilíbrio, para que o tratamento seja mais eficaz.
Logo um tratamento osteopático para um problema no ombro, pode incluir uma avaliação do abdômen, do pescoço, do joelho, de uma cicatriz cirúrgica antiga… Tão diversos são os elementos que entram nessa avaliação, que é comum a pessoa que está sendo atendida, estranhar a abordagem. Eu costumo sempre explicar a relação que fiz, minha linha de raciocínio, principalmente quando percebo uma estranheza.
A recuperação também costuma ser mais surpreendente, por ter abarcado várias estruturas que estavam relacionadas e muitas vezes passam despercebidas pelo olhar do paciente.
Que tal experimentar isso?
Um grande abraço, Adriana Vinha.

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